Ao chegar ao consultório de um médico ou nutricionista, é comum ouvir questionamentos sobre o sono e sobre o consumo de cafeína. No entanto, muito pouco se fala sobre como, exatamente, essa substância impacta nosso organismo e as quantidades encontradas no café e no matcha, assim como em outros chás. O que vemos por aí são ideias do senso comum sendo disseminadas e causando preocupações desnecessárias em consumidores que se veem na batalha café x matcha.
Excesso de cafeína pode trazer problemas
Para começar, é importante compreender do que estamos falando. A cafeína é um alcalóide encontrado em certas plantas e amplamente usado na indústria de bebidas e medicamentos como estimulante.
Embora seja energizante, a cafeína nem sempre melhora nosso foco. Por isso, o consumo em excesso por meio do café pode nos deixar superestimulados e com dificuldade para nos concentrarmos.
Além disso, em momentos de estresse e ansiedade, o café pode intensificar a agitação mental e física, tornando ainda mais difícil manter a atenção.
Por conta disso, é importante ficar atento à quantidade de cafeína consumida diariamente.

Como a cafeína age no cérebro?
Nosso cérebro produz uma molécula chamada adenosina, responsável por sensações de
cansaço e relaxamento. Ao acordar, por exemplo, temos uma quantidade maior de adenosina.
A cafeína, por sua vez, bloqueia a ligação da adenosina no cérebro e, com isso, temos a sensação de estarmos “acordando de fato”, com a sonolência e cansaço reduzidos, resultando em maior alerta e vigília. A substância age como um estimulante para o nosso cérebro, aumentando também a produção de adrenalina e dopamina. Daí vem aquela sensação de bem estar depois de um cafezinho.
Porém, em excesso, e para pessoas sensíveis, a cafeína pode causar diversos efeitos colaterais como insônia, tremores, taquicardia, dores de cabeça e estômago, ansiedade e o efeito rebote ao parar de consumir.
Cafeína no matcha é menor do que no café
Com o matcha, os efeitos da cafeína são reduzidos de forma significativa, pelas seguintes razões:
Quantidade de cafeína por dose:
1 xícara de café (18-20g) …………..80 a 150mg
1 xícara de matcha (2g) …………… 40 a 90mg
- o matcha contém menos cafeína do que o café. Em média, uma dose de matcha contém de 40-90mg de cafeína, enquanto uma dose de café contém cerca de 80-150mg.
- diferente do café, o matcha também contém L-teanina, um aminoácido com efeito calmante que ajuda a contrabalancear os efeitos da cafeína. Esta combinação é a principal responsável pelo efeito de foco, calma e energia trazido pelo chá.
- o matcha é rico em catequinas, antioxidantes poderosos que beneficiam nossa mente. Diversas pesquisas associam estes compostos à melhora da função cognitiva, memória e atenção.
Estudos associam o consumo de L-teanina, por exemplo, à melhora da memória e ao aumento de ondas alfa no cérebro, indicativo de um sistema nervoso mais relaxado. Não à toa, os monges budistas utilizam o matcha desde o século XII em suas rotinas de meditação. Falamos aqui sobre a relação entre o matcha e a meditação.
Portanto, esta combinação de substâncias no matcha faz com que os possíveis efeitos ruins da cafeína sejam suprimidos e balanceados, sendo uma excelente alternativa para aqueles que procuram se manter alertas e concentrados sem agitar demais a mente.

Café x matcha e os níveis de energia
Ambos, o café e o matcha, são comumente utilizados para aumentar nosso nível de energia. Mas, você sabia que a duração e a qualidade dessa energia podem variar entre eles?
O café proporciona um impulso rápido de energia, muitas vezes acompanhado por um aumento perceptível no nível de alerta. No entanto, essa energia rápida dura cerca de 1 a 3 horas e depois que os efeitos iniciais da cafeína desaparecem, pode haver uma queda abrupta nos níveis de energia, levando aos sentimentos de cansaço ou letargia.
Não é incomum que pessoas se digam “viciadas” em café justamente por esse declínio rápido, que pede doses cada vez maiores.
Por outro lado, o consumo do matcha oferece um aumento de energia de forma gradual e por mais tempo, de 4h a 6h de duração. Ou seja, a cafeína é liberada no organismo de forma mais lenta e contínua, sem picos e quedas, graças à combinação de cafeína + L-teanina e altos níveis de catequinas antioxidantes. Isso quer dizer que você poderá trocar as muitas xícaras de café do dia por apenas uma xícara de matcha.
café x matcha na batalha dos antioxidantes
Como dissemos, o matcha se destaca como uma fonte concentrada de antioxidantes. Estes compostos benéficos combatem o estresse oxidativo no corpo, contribuindo para a manutenção da saúde.
O principal antioxidante do matcha é o EGCG (galato de epigalocatequina). Ele pertence às catequinas, um grupo de flavonóides com ação antioxidante e antiinflamatória. Além disso, o matcha contém vitamina C, vitamina E e clorofila, compostos com ação benéfica para o nosso sistema imunológico.
Por outro lado, o café – especialmente quando é orgânico e livre de impurezas – também tem seus antioxidantes. Contudo, sua quantidade é geralmente menor e é representada principalmente pelo composto polifenólico CGA e pelos diterpenos, cafestol e kahweol.
A quantidade de antioxidantes, vitaminas e minerais presentes no matcha o tornam uma ótima opção para incorporar mais saúde na sua rotina.
E você, na batalha café x matcha, qual será o seu favorito?
